
A medicina vem buscando entender o porquê que certos cânceres de mama não respondem ao tratamento.
Essa busca se deve principalmente por esse ser o tipo mais comum de câncer e a principal causa de morte pela doença em mulheres em todo o mundo.
O câncer de mama se desenvolve a partir de danos nos genes de uma pessoa após o nascimento. A maioria das pessoas que desenvolvem esse tipo de câncer não tem fatores de risco e nenhum histórico familiar.
Por outro lado, alguns tipos de câncer de mama não respondem a tratamentos.
Nesse artigo, vamos explorar a razão disso e como a comunidade médica descobriu.
Fatores de risco
Pode considerar como principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença:
Histórico - Esse fator é maior em mulheres que em algum momento já apresentaram a doença. Além disso, o histórico familiar também um fator, como mulheres da mesma família diagnosticada com a doença antes dos 50 anos com histórico familiar adicional como câncer de ovário e câncer de pâncreas
Predisposição genética - As mutações genéticas hereditárias estão associadas a um risco aumentado de câncer de mama, bem como outros tipos de câncer. No entanto, nem sempre alguém que tenha alguma mutação genética desenvolva essa condição.
Menstruação precoce e menopausa tardia - Se a menstruação começou antes dos 11 ou 12 anos, ou a menopausa começou após os 55 anos, há um risco um pouco maior de câncer de mama. Isso ocorre porque as células da mama foram expostas ao estrogênio e à progesterona por mais tempo.
Gravidez - A primeira gravidez após os 35 anos ou não ter tido filhos traz um risco maior de câncer de mama. Durante a gravidez e a amamentação, o tecido mamário é renovado, o que pode ajudar a remover células com danos ao DNA, reduzindo o risco de desenvolver câncer de mama.
As mulheres que não amamentam tem mais chances de ter câncer de mama triplo negativo do que mulheres que nunca tiveram filhos. Com a amamentação, quanto mais tempo mulheres amamentam seus filhos, menores as chances do aparecimento do câncer de mama.
Desse modo, a gravidez pode ajudar a proteger contra o câncer, pois empurra as células da mama para sua fase final de maturação.
Outros fatores de risco para o câncer de mama
Há também outros fatores de risco que influenciam no desenvolvimento do câncer de mama, que incluem:
Reposição hormonal - O uso de terapia hormonal com estrogênio e progesterona após a menopausa nos últimos 5 anos ou por vários anos aumenta o risco de câncer de mama.
Anticoncepcionais orais - Alguns estudos afirmam que contraceptivos orais aumentam o risco da doença, enquanto outros não mostraram nenhuma ligação entre o uso de contraceptivos orais e o desenvolvimento de câncer de mama.
Estilo de vida - O estilo de vida pode contribuir para o desenvolvimento do câncer como: estar na pós-menopausa e com sobrepeso ou obesidade aumenta o risco de câncer de mama. Uma quantidade menor de atividade física, a ingestão de álcool e uma dieta rica em gordura é fator de risco para câncer de mama.
Por fim, a ingestão de gordura no desenvolvimento e progressão do câncer de mama permite afirmar o quanto a alimentação influencia na doença.
Tipos de câncer de mama
Os tipos comuns de câncer de mama incluem:
- Carcinoma ductal invasivo
- Câncer de mama lobular
- Carcinoma ductal in situ
Os tipos menos comuns de câncer de mama incluem:
- Câncer de mama triplo-negativo
- Câncer de mama inflamatório
- Doença de Paget da mama
Certos tipos de cânceres de mama não respondem ao tratamento
O tratamento para o combate ao câncer de mama é multidisciplinar, incluindo cirurgia, quimioterapia, radiação, terapia hormonal e terapia direcionada.
Uma pesquisa recente desenvolvida por pesquisadores brasileiros descobriu por que certos tipos de cânceres de mama não respondem ao tratamento.
Os pesquisadores do Hospital Sírio-Libanês identificaram 90 diferentes versões da proteína HER2, contra cerca de 20 já conhecidas.
Essa diversidade pode explicar a resistência de parte dos tumores às drogas que têm como alvo essa proteína.
Proteína HER2
A HER2 é uma proteína natural do organismo, ligada ao processo de divisão celular. Normalmente ela se comporta como um interruptor ligando e desligando para controlar o crescimento das células.
No câncer de mama esse mecanismo pode falhar.
O gene responsável pela produção da HER2 às vezes fica permanentemente ativado, é funciona como um acelerador, multiplicando as células tumorais.
A presença da HER2 é usada para classificar os tumores:
HER2-positivo: cerca de 20% dos casos no Brasil se enquadram nessa categoria e o tratamento tem que ser específico onde possa bloquear a HER2.
HER2-low: correspondem a aproximadamente 60% dos casos. A HER2 aparece em níveis baixos, cujo tratamento ocorre com droga mais recente, sendo benéfico para grupos que apresentam essa condição.
HER2-zero: a proteína não é identificada e como as terapias anti-HER2 não funcionam, tem se recorrido a outros tratamentos.
Para chegar nessa descoberta, os pesquisadores utilizaram tecnologias avançadas de leitura genética, que permitem enxergar detalhes invisíveis em exames comuns.
Ademais, viram que muitas dessas variações não têm o ponto de encaixe onde os remédios deveriam agir, razão pela qual alguns tratamentos deixam de funcionar.
Isso explica os casos em que pacientes classificados como HER2-positivo não respondem ao tratamento e outros, com níveis considerados baixos de HER2, apresentam uma resposta satisfatória.
A pesquisa ocorreu no Brasil e publicado em uma das revistas mais prestigiadas da área.
Com esses resultados, a expectativa é que tratamentos passem a ser personalizados, aumentando a eficácia contra o câncer de mama, bem como com a redução de custos e efeitos colaterais.
Considerações finais acerca de certos tipos cânceres de mama não responderem ao tratamento
Em suma, o câncer de mama é a principal causa de morte por câncer em mulheres em todo o mundo.
Com os avanços no rastreamento do câncer de mama, é possível ter um tratamento mais assertivo, o que ajuda muito que a doença possa ser curada.
Com a recente pesquisa divulgada pelos cientistas brasileiros, descobriu a razão que alguns tipos de câncer de mama
não respondem ao tratamento.
Tudo se deve a proteína a HER2 que é uma proteína e ligada ao processo de divisão celular.
A presença dela foi possível realizar a classificação do tumor, bem como com técnicas avançadas, mensurá-la
e entender quais tratamentos realmente serão eficazes.
As pesquisas não param e a tendência que evoluam cada vez mais, possibilitando a realização de um tratamento personalizado, de modo a retardar o progresso do câncer de mama e chegar quanto antes à cura.