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Esofagite: Causas, Sintomas e Tratamento - Blog - Clínica Rossetti

A esofagite é uma condição médica caracterizada pela inflamação do esôfago, o tubo muscular que transporta os alimentos e líquidos da boca para o estômago.

Essa inflamação pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo:

  • refluxo gastroesofágico,
  • infecções,
  • alergias alimentares,
  • prolongado de certos medicamentos.

Compreender o que é a esofagite é fundamental para reconhecer os sintomas e buscar o tratamento adequado, uma vez que essa condição pode levar a complicações graves se não for tratada adequadamente.

Anatomicamente, o esôfago é um tubo muscular que se estende do pescoço até o abdômen, passando pelo tórax.

Sua função primária é facilitar o transporte dos alimentos e líquidos ingeridos da boca até o estômago, por meio de contrações musculares coordenadas, conhecidas como movimentos peristálticos.

O esôfago é composto por várias camadas de tecido, incluindo mucosa, músculos e tecido conjuntivo, que desempenham papéis importantes na digestão e no processo de deglutição.

Durante a deglutição, os alimentos são empurrados para baixo pela língua e passam pela faringe em direção ao esôfago.

A epiglote, uma pequena aba de tecido, fecha a entrada da laringe para evitar que os alimentos entrem nas vias respiratórias. Em seguida, os alimentos viajam pelo esôfago em direção ao estômago, onde são processados pelos sucos gástricos.

A compreensão da anatomia e função do esôfago é essencial para entender as causas e sintomas da esofagite.

Qualquer irregularidade nesse processo de transporte pode levar à inflamação e danos ao revestimento do esôfago, resultando na condição conhecida como esofagite.

Portanto, ao entender a importância do esôfago na digestão e na saúde geral, podemos apreciar melhor a gravidade e as implicações dessa condição inflamatória e buscar estratégias eficazes de tratamento e prevenção.

As Causas da Esofagite

A esofagite é uma condição que pode ser desencadeada por uma variedade de fatores, cada um com suas próprias implicações para a saúde digestiva.

Compreender as causas subjacentes é essencial para o diagnóstico e tratamento eficazes da condição.

A. Refluxo gastroesofágico (DRGE)

O refluxo gastroesofágico, ou DRGE, é uma das causas mais comuns de esofagite.

Neste distúrbio, os ácidos gástricos fluem do estômago de volta para o esôfago, irritando o revestimento deste último.

Essa irritação crônica pode levar à inflamação e danos ao tecido esofágico ao longo do tempo, resultando na esofagite.

B. Infecções

Infecções causadas por bactérias, vírus ou fungos também podem desencadear a esofagite.

Candida albicans, uma levedura comumente encontrada na boca e no trato gastrointestinal, pode proliferar excessivamente e infectar o esôfago, especialmente em pessoas com sistema imunológico enfraquecido.

C. Alergias alimentares

Alergias alimentares, embora menos comuns, podem ser uma causa subjacente de esofagite em alguns indivíduos.

Certos alimentos podem desencadear uma resposta alérgica que leva à inflamação do esôfago.

A identificação e eliminação desses alimentos da dieta podem ajudar a aliviar os sintomas da esofagite alérgica.

D. Uso prolongado de certos medicamentos

O uso prolongado de certos medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), bisfosfonatos e alguns antibióticos, pode aumentar o risco de desenvolver esofagite.

Esses medicamentos podem irritar o revestimento do esôfago e causar inflamação, especialmente se não forem tomados com bastante água ou se forem ingeridos antes de deitar.

E. Outras causas menos comuns da esofagite

Além das causas mencionadas, existem outras menos comuns, incluindo doenças autoimunes, doenças de pele como o líquen plano e condições como a síndrome de Mallory-Weiss, caracterizada por lacerações no esôfago devido ao vômito excessivo.

Compreender as diversas causas é fundamental para identificar os fatores de risco individuais e orientar o tratamento adequado.

A abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, gastroenterologistas e nutricionistas, pode ser necessária.

Sintomas da Esofagite

Os sintomas podem variar em intensidade e frequência, dependendo da gravidade da inflamação e da causa subjacente.

Reconhecer esses sintomas é crucial para buscar tratamento adequado e prevenir complicações graves associadas à condição.

A. Dor no peito (azia)

Um dos sintomas mais comuns é a dor no peito, muitas vezes descrita como azia.

Essa sensação de queimação pode ocorrer logo após as refeições ou ao deitar, especialmente quando o ácido gástrico do estômago refluxa para o esôfago.

A dor no peito pode ser leve a intensa e pode irradiar para o pescoço, garganta e até mesmo para as costas.

B. Dificuldade ao engolir (disfagia)

A disfagia, ou dificuldade ao engolir, é outro sintoma comum da esofagite.

A inflamação e o estreitamento do esôfago podem dificultar a passagem dos alimentos e líquidos da boca para o estômago, causando desconforto e sensação de obstrução ao engolir.

A disfagia pode variar de leve a grave e pode levar à desnutrição e à perda de peso se não for tratada adequadamente.

C. Regurgitação ácida

A regurgitação ácida é caracterizada pelo retorno do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago, resultando em um gosto amargo ou azedo na boca.

Esse sintoma está frequentemente associado ao refluxo gastroesofágico (DRGE) e pode ocorrer principalmente após as refeições ou ao deitar, quando a gravidade facilita o refluxo do ácido gástrico.

D. Dor ao engolir (odinofagia)

A odinofagia, ou dor ao engolir, é um sintoma comum da esofagite, especialmente quando o revestimento do esôfago está inflamado ou danificado.

A dor pode ser sentida ao engolir alimentos sólidos, líquidos ou saliva, e pode variar de leve a intensa. A odinofagia pode dificultar a alimentação e levar à perda de apetite se não for tratada adequadamente.

E. Outros sintomas associados

Além dos sintomas mencionados, a esofagite também pode estar associada a outros sinais, como:

  • náuseas,
  • vômitos,
  • tosse crônica,
  • rouquidão,
  • dor torácica ao respirar profundamente.

Esses sintomas podem variar dependendo da causa subjacente da esofagite e da gravidade da condição.

É importante reconhecer que os sintomas podem imitar outras condições, como doenças cardíacas e problemas respiratórios, tornando o diagnóstico preciso essencial.

Consultar um médico é fundamental para avaliação e tratamento adequados, especialmente se os sintomas persistirem ou piorarem ao longo do tempo.

Diagnóstico

Diagnosticar a esofagiterequer uma abordagem cuidadosa e abrangente, envolvendo uma combinação de história médica detalhada, exame físico e testes específicos.

Compreender os métodos de diagnóstico disponíveis é essencial para identificar a causa subjacente da inflamação esofágica e orientar o tratamento adequado.

A. Histórico médico e exame físico para esofagite

O diagnóstico muitas vezes começa com uma avaliação do histórico médico do paciente e um exame físico completo.

O médico irá questionar sobre os sintomas presentes, sua duração e gravidade, além de quaisquer fatores de risco ou condições médicas pré-existentes.

Um exame físico pode revelar sinais de inflamação, como dor à palpação abdominal ou sinais de desidratação.

B. Endoscopia digestiva alta

A endoscopia digestiva alta é considerada o método padrão para diagnosticar a esofagite.

Neste procedimento, um endoscópio flexível é inserido pela boca do paciente e avançado até o esôfago, permitindo ao médico visualizar diretamente o revestimento interno do órgão.

Durante a endoscopia, podem ser observadas áreas de inflamação, úlceras, estreitamento do esôfago e outras anormalidades que sugerem esofagite.

C. Testes de pH esofágico

Os testes de pH esofágico são frequentemente realizados para avaliar a quantidade de ácido presente no esôfago ao longo do tempo.

Isso pode ajudar a confirmar o diagnóstico de refluxo gastroesofágico (DRGE), uma das principais causas de esofagite.

Durante este teste, um pequeno sensor é colocado no esôfago através do nariz e conectado a um monitor externo que registra os níveis de pH ao longo de um período de 24 a 48 horas.

D. Biópsia

Em alguns casos, uma biópsia do esôfago pode ser realizada durante a endoscopia para obter amostras de tecido para análise laboratorial.

Isso pode ajudar a confirmar o diagnóstico e determinar a causa subjacente da inflamação.

Os médicos examinam as amostras de tecido sob um microscópio para identificar alterações características, como inflamação, tecido cicatricial ou a presença de células anormais.

Tratamento da Esofagite

O tratamento da esofagite visa aliviar os sintomas, promover a cicatrização do esôfago inflamado e prevenir complicações a longo prazo.

Dependendo da gravidade da condição e da causa subjacente, os médicos podem recomendar diferentes abordagens terapêuticas, incluindo mudanças no estilo de vida, medicamentos, antibióticos e, em casos graves, cirurgia.

A. Mudanças no estilo de vida e dieta

As mudanças no estilo de vida e na dieta desempenham um papel fundamental no tratamento, especialmente quando associadas ao refluxo gastroesofágico (DRGE).

Isso pode incluir evitar alimentos e bebidas que desencadeiam os sintomas, como alimentos condimentados, gordurosos, álcool, cafeína e chocolate.

Além disso, recomenda-se evitar refeições pesadas antes de deitar e elevar a cabeceira da cama para reduzir o refluxo ácido durante o sono.

B. Medicamentos para reduzir a acidez estomacal

Os médicos frequentemente prescrevem medicamentos para reduzir a acidez estomacal, como inibidores da bomba de prótons (IBP) e bloqueadores dos receptores H2, para controlar os sintomas da esofagite e promover a cicatrização do esôfago.

Esses medicamentos ajudam a reduzir a produção de ácido gástrico, aliviando a irritação e inflamação do esôfago.

C. Antibióticos (se a causa for infecciosa)

Se uma infecção bacteriana, viral ou fúngica causar esofagite, o tratamento com antibióticos específicos pode ser necessário.

Por exemplo, os médicos geralmente tratam a esofagite associada à Candida albicans com antifúngicos. Seguir o curso completo do tratamento prescrito pelo médico é crucial para garantir a erradicação da infecção e prevenir recorrências.

D. Cirurgia da esofagite (em casos graves ou persistentes)

Quando outras medidas de tratamento não são eficazes em casos graves ou persistentes, os médicos podem considerar a cirurgia.

A fundoplicatura laparoscópica é um procedimento cirúrgico comum realizado para corrigir o refluxo gastroesofágico crônico, fortalecendo o esfíncter esofágico inferior e reduzindo o refluxo ácido para o esôfago.

Prevenção da Esofagite

A prevenção da esofagite é fundamental para evitar o desconforto e as complicações associadas a essa condição inflamatória do esôfago.

Adotar um estilo de vida saudável, controlar o peso e evitar certos alimentos e hábitos prejudiciais ajudam a reduzir o risco de desenvolver esofagite.

Considerações Finais

A esofagite é uma condição médica séria que demanda atenção e cuidados adequados.

Compreender suas causas, sintomas e tratamentos é crucial para uma abordagem eficaz.

Desde mudanças no estilo de vida e dieta até medicamentos e, em casos graves, cirurgia, existem diversas opções terapêuticas disponíveis.

Além disso, a prevenção desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde do esôfago.

Adotar um estilo de vida saudável, controlar o peso e evitar hábitos prejudiciais podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver esofagite.

Ao reconhecer a importância da prevenção e do tratamento adequado, é possível enfrentar essa condição de forma eficaz e garantir o bem-estar digestivo a longo prazo.



Por: Kelma Yaly - 15 de março de 2024
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