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O que é preciso saber sobre Varíola dos Macacos - Blog - Clínica Rossetti

Afinal, o que é a Varíola dos Macacos.

Primeiramente, é importante entendermos que a Varíola é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus Orthopoxvírus variolae.

É muito menos transmissível do que doenças respiratórias de rápida disseminação, como a COVID-19.

Trata-se de um vírus de DNA de fita dupla envelopado que pertence ao gênero Orthopoxvirus da família Poxviridade. Sua maior incidência está na África Central e Ocidental, muitas vezes nas proximidades de florestas tropicais, no entanto, com o aparecimento crescente em áreas urbanas.

A Varíola dos Macacos e os possíveis modos de Transmissão

Neste sentido, várias espécies de animais foram identificadas como suscetíveis ao vírus da varíola dos macacos. Isso inclui esquilos de corda, esquilos de árvore, ratos gambianos.

O reservatório natural da varíola dos macacos ainda não foi identificado, embora os roedores sejam os mais prováveis.

Outro fator importante  refere-se a  ingestão de carne e outros produtos de origem animal mal cozidas de animais infectados é um possível fator de risco.

A transmissão também pode ocorrer através da placenta da mãe para o feto (o que pode levar à varíola congênita) ou durante o contato próximo durante e após o nascimento.

O último caso ocorreu em 1977 e por conta da vacinação mundial, em 1980 a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a descontinuação da vacinação rotineira contra varíola.

A Varíola dos Macacos

Ocorre que em 2022 a Varíola ressurgi em países da Europa e EUA, oriundos de macacos.

Não é sabido como as pessoas foram expostas à Varíola dos Macacos, mas sabe-se que o maior número de casos está entra gays e bissexuais.

No entanto, qualquer pessoa que tenha estado em contato próximo de alguém que tenha sido contaminado pela Varíola dos Macacos, pode sim, estar em risco.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA orienta aos profissionais de saúde que estejam alerta para pacientes com doenças eruptivas consistentes com varíola, independentemente de terem viajados ou terem fatores de risco específicos.

Quais pessoas estão em risco?

As pessoas com maior risco são aquelas que tiveram contato com pessoas que apresentaram erupção cutânea (que se parece com Varíola), ou que já receberam o diagnóstico da doença.

Da mesma forma, estão em risco as pessoas que mantiveram pele a pele com alguém infectado isso inclui:

  • homens que fazem sexo com homens de forma casual,
  • quem foi para um país com casos confirmados de Varíola dos Macacos,
  • pessoas que estiveram em países onde a atividade da Varíola dos Macacos estava em andamento.

Por fim, quem teve contato com um animal selvagem (morto ou vivo), animal de estimação exótico existente apenas na África ou usou um produto derivado desses animais (por exemplo, carne de caça, cremes ou loções).

Sobre os sintomas da Varíola dos Macacos

Os sintomas da Varíola dos Macacos são:

  • febre,
  • dor de cabeça,
  • dores musculares,
  • dor nas costas
  • gânglios (linfonodos) inchados,
  • calafrios,
  • exaustão.

Os gânglios linfáticos inchados geralmente distinguem a Varíola dos Macacos de outras Varíolas.

Algumas características ajudam a diferenciar as bolhas e lesões da Varíola dos Macacos de outros problemas na pele, como alergia, catapora ou impetigo.

Entenda as diferenças

  • Varíola dos macacos: Caroços vermelhos, que aumentam de tamanho e ficam preenchidas com líquido. Com o tempo, as lesões secam e formam uma casca. Aparecem em rosto e boca, podendo espalhar por todas as extremidades.
  • Herpes zóster: Bolhas vermelhas e de tamanhos diferentes. Aparecem no tórax e barriga, principalmente, em apenas um lado do corpo.
  • Alergia na pele: Pequenos caroços brancos ou avermelhados, podendo ou não conter líquido. Pode aparecer em qualquer região do corpo.
  • Sífilis: Pequenas feridas ou caroços que desaparecem após cerca de 4 a 5 semanas. Em geral, aparecem na região genital, ânus e boca.
  • Catapora/varicela: Caroços vermelhos que dão origem a pequenas bolhas com líquido. Após rompimento, há formação de ferida com casca. A maior incidência é no peito, costas e rosto, podendo se espalhar por todo o corpo.
  • Impetigo: Semelhantes a espinhas, após rompimento, há formação de ferida com crosta. O aparecimento ocorre em nariz, boca, pernas, pés, peito e barriga.

Sintoma importante a considerar

Após 1 a 3 dias do surgimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

Está erupção começa como inchaços vermelhos, que podem ser dolorosos. Esses inchaços se transformam em bolhas, que se enchem de pus, ocasionando feridas na boca, vagina ou ânus.

A infecção pela Varíola dos Macacos é geralmente uma doença autolimitada e a maioria das pessoas se recupera em algumas semanas.

Além disso,  o período de incubação são de apenas duas a quatro semanas.

Importante frisar que os exames de sangue de PCR geralmente são inconclusivos (devido à curta duração da viremia) em relação ao momento da coleta da amostra.

Neste sentido, após o início dos sintomas é recomendado que os exames acima não sejam  coletados.

Taxa de fatalidade da doença

A taxa de casos fatais é de cerca de 30%, isso decorre de resposta inflamatória, que causa choque e falência de múltiplos órgãos, geralmente na segunda semana da doença.

O tratamento são cuidados de suporte com aplicação de antibióticos para tratar infecções bacterianas secundárias e isolamento.

Um agente antiviral conhecido como Tecovirimat (que foi desenvolvido para a Varíola), foi licenciado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) em 2022, com base em dados de estudos em animais e humanos, mas ainda não está amplamente disponível.

Situação no Brasil

Infelizmente, no mundo, já foram registrados 4,3 mil casos de Varíola dos Macacos em 48 países.

No Brasil, foram diagnosticados até 30 de junho de 2022, 37 casos, sendo 14 deles no estado de São Paulo, cinco no estado do Rio de Janeiro e dois no estado do Rio Grande do Sul.

Importante frisar que em 17 de junho de 2022,  foi diagnosticado um caso suspeito na cidade de  Americana/SP.

Diferentemente dos demais casos confirmados no Brasil, esse paciente não tem histórico de viagem à Europa e nem de contato de outras pessoas com suspeita da doença.

Devido ao ressurgimento da Varíola dos Macacos, importante destacar a existência da vacina, que segundo a Organização Mundial de Saúde foi recomendada em 14/06/22, nesta ocasião, recomendada ao grupo prioritário, que são os profissionais da saúde.

A vacinação contra a Varíola dos Macacos foi demonstrada, por meio de vários estudos observacionais, como sendo cerca de 85% eficaz na prevenção da doença.

Deste modo, a vacinação prévia contra a Varíola dos Macacos pode resultar em doença mais leve.

Nos EUA foi realizada uma estratégia nacional de vacinação, no qual o governo visa expandir a  para indivíduos em risco e tornar os testes mais convenientes para profissionais de saúde e pacientes em todo o país.

Esse esforço visa detectar mais casos, proteger aqueles em risco e responder rapidamente ao surto.



Por: Kelma Yaly - 2 de julho de 2022
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