O corpo fabrica a maioria das gorduras de que necessita, incluindo colesterol, ácidos graxos saturados (ômega-6 e ômega-3) e ácidos graxos insaturados.

No entanto, os ácidos graxos saturados são considerados essenciais.

Esses ácidos graxos são essenciais e não podem ser sintetizados pelo corpo e devem ser obtidos a partir da alimentação ou suplementação.

Os ácidos graxos ômega-3 são ácidos graxos essenciais que são necessários desde a concepção até a gravidez, bem como favorecem o crescimento e o desenvolvimento dos bebês.

Ao longo da vida, os ácidos graxos ajudam na prevenção e tratamento de doenças cardíacas, diabetes, artrite, doenças inflamatórias e câncer.

Os ácidos graxos também desempenham um papel importante na proteção da saúde do cérebro, olhos e sistema nervoso sistema.

Composição do Ômega-3

O ômega-3 é formado por três ácidos graxos: eicosapentaenoico (EPA), docosahexaenoico (DHA), alfa-linolênico (ALA).

Elas são fontes primárias de energia para as células, servindo como seus componentes estruturais.

Todavia, as substâncias que exercem as funções mais conhecidas do ômega-3 são o EPA e o DHA.

Fontes de ácidos graxos

A principal fonte alimentar de ácidos graxos ômega-3 é o ácido alfa-linolênico (ALA) de sementes e óleos de sementes derivados de plantas como linho, nozes e canola.

Todavia, os peixes e óleos de peixe são a fonte mais rica de ácidos graxos, além dos seguintes alimentos:

• Nozes
• Castanhas
• Linhaça
• Canola
• Peixes de água fria (salmão, tainha, sardinha, bacalhau, atum, cavala, arenque, truta).

Vale ressaltar que 40% dos ácidos graxos são obtidos por meio da alimentação.

Os ácidos graxos ômega-3 são nutrientes essenciais que ajudam a construir a estrutura do cérebro e a regular a capacidade de desempenho.

Os efeitos do ômega-3 na saúde do cérebro

Recentes estudos atestam que os ácidos graxos ômega-3 conseguem influenciar na integridade e na capacidade de desempenho do cérebro.

Os ácidos graxos são responsáveis por:

• Preservar a saúde da membrana celular
• Facilitar a comunicação entre os neurônios
• Auxiliar na síntese e função dos neurotransmissores
• Suportar o fluxo sanguíneo cerebral
• Auxiliar no crescimento do tecido cerebral
• Suportar cognição, incluindo memória
• Pode prevenir distúrbios neuropsiquiátricos e neurodegenerativos, incluindo depressão e ansiedade

O docosahexaenoico (DHA) ácido graxo mais abundante no cérebro, é o mais importante na estrutura e função das células nervosas.

Um déficit de ômega-3 pode levar não apenas ao desempenho cerebral prejudicado, mas também a doenças.

Esses ácidos graxos essenciais conseguem melhorar várias condições neurológicas, incluindo depressão, transtorno bipolar, ansiedade, TDAH, doença de Alzheimer e demência.

Embora muitos fatores possam contribuir para a depressão, um desequilíbrio nos neurotransmissores serotonina e dopamina estão ligados a esse distúrbio.

Aumentar o consumo de ômega-3 pode ser benéfico no tratamento da depressão devido ao seu potencial em aumentar a regulação da transmissão de serotonina e dopamina.

O ômega-3 também consegue diminuir a inflamação no cérebro, um dos principais fatores envolvidos na depressão.

Com o avanço da idade, há o encolhimento do volume do cérebro, perda de plasticidade e diminuição dos níveis de ômega-3.

Ele reduz a neuro inflamação e os danos oxidativos que diminui a produção de placas amiloides no cérebro.

Esse benefício está ligado à diminuição do risco tanto para o desenvolvimento quanto para a progressão da demência e da doença de Alzheimer.

Ademais níveis adequados de ômega-3 também suportam o fluxo sanguíneo  no cérebro.

O fluxo sanguíneo adequado também suporta a memória e diminui o risco de desenvolver demência.

Ômega 3 e os efeitos da poluição no cérebro

De acordo com um estudo do periódico Neurology, a poluição do ar também pode danificar indiretamente o cérebro.

A poluição do ar pode aumentar o risco de Alzheimer, demências relacionadas e declínio acelerado da memória.

Importante ressaltar que quanto maior a poluição do ar, maior também o encolhimento da massa encefálica.

Diante disso, pessoas que consomem mais ômega 3 protegem o cérebro dos problemas causados pela poluição.

Demência

Os pesquisadores descobriram que idosos que comiam peixe duas vezes por semana, reduziram o risco de demência em 41% em comparação a outros que comem peixe uma vez por mês.

Do mesmo modo, comer peixe regularmente como parte de uma dieta equilibrada, reduz o risco de declínio cognitivo relacionado à idade e melhora outros aspectos da saúde.

Alzheimer

A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência e afeta mais de 44 milhões de pessoas em todo o mundo.

Apesar da causa exata da doença seja desconhecida, fatores genéticos podem desempenhar um papel.

A inflamação cerebral também está associada ao desenvolvimento da doença de Alzheimer.

Como os ácidos graxos estão associados a efeitos anti-inflamatórios, a suplementação de ácidos graxos ômega-3 pode ser usada para prevenir o aparecimento da doença de Alzheimer.

Em que pese a recomendação da suplementação alimentar de ômega-3, deve considerar que os suplementos derivados de peixes podem conter mercúrio.

Por essa razão, a melhor recomendação é a aquisição por meio da alimentação.

Também deve considerar que existem suplementos gordurosos veganos e vegetarianos disponíveis, derivados de algas e outras fontes não-peixes.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é distúrbio de desenvolvimento neural, que é caracterizado pela falta de atenção ou hiperatividade e impulsividade.

O ômega-3 pode auxiliar ao combate ao TDAH, pois favorece a proteção do cérebro.

Alguns estudos apontam que pessoas portadoras de Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) com baixa taxa de ômega-3, quando  tratadas com suplementação, tiveram melhora efetiva dos sintomas.

Considerações finais

Em síntese, o corpo consegue produzir gorduras de que necessita, como colesterol e também ácidos graxos saturados.

O ômega-3 é tido com substância essencial para o funcionamento do corpo e principalmente na proteção do cérebro, olhos e sistema nervoso sistema.

Sabe-se que a sua perda com a idade é natural e por isso recomenda-se ao longo da vida uma dieta baseada na ingestão de peixes e castanhas em geral.

Ele favorece não somente o sistema cardiovascular, mas protege o cérebro de doenças como depressão, transtorno bipolar, ansiedade, TDAH.

Por isso, para se ter uma vida saudável na terceira idade é recomendado que uma alimentação balanceada desde a infância.