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Demência Frontotemporal: Entenda - Blog - Clínica Rossetti

Demência frontotemporal (DFT), já ouviu falar?

Trata-se de uma doença cerebral progressiva e dependendo de onde começa no cérebro, essa condição afeta o comportamento ou capacidade de falar.

Os portadores da demência frontotemporal (DFT) podem se enquadrar em um dos três grupos de sintomas comuns.

Os dois sintomas comuns são subtipos de afasia progressiva primária, uma doença cerebral degenerativa.

Ou seja, infelizmente não tem cura, mas é tratável.

A seguir veremos quais as causas, sintomas e como tratar.

Pessoas afetadas pela demência frontotemporal (DFT)

Em geral, a doença está relacionada a idade.

As pessoas que desenvolvem demência frontotemporal (DFT) estão entre 50 a 80 anos, e a idade média começa com 58 anos.

Neste sentido, a demência frontotemporal (DFT) também é uma condição que pode ser genética, com cerca de 40% dos casos ocorrendo em pessoas com histórico familiar.

Infelizmente, a doença é rara, mas a frequência em relação ao aparecimento é comum.

Os pesquisadores estimam que 1,2 milhão e 1,8 milhão de pessoas têm a doença em todo o mundo.

Sintomas

A demência frontotemporal (DFT) afeta os lobos frontal e temporal do cérebro nos estágios iniciais e intermediários da doença.

Conforme a doença vai progredindo, os neurônios nessas áreas param de funcionar.

O lobo frontal é responsável:

  • Movimento
  • Planejamento e tomada de decisão
  • Raciocínio
  • Fala
  • Distinção do que é apropriado ou não

Os lobos temporais são responsáveis:

  • Audição
  • Compreender a linguagem falada
  • Memória
  • Emoção

Os sintomas dependem das partes afetadas do cérebro e são:

Comportamentais

  • Mudanças de personalidade
  • Impulsividade e perda de inibição
  • Atitudes agressivas e irritabilidade
  • Desinteresse nas outras pessoas
  • Realização de movimentos repetitivos
  • Preferência por alimentos muito doces ou gordurosos

Linguísticos

  • Dificuldade para falar ou escrever
  • Problemas para compreender o que é falado
  • Esquecimento do significado das palavras
  • Dificuldade para reconhecer rostos
  • Perda da capacidade de articular as palavras

Motores

  • Tremores, rigidez e espasmos musculares
  • Dificuldade para engolir ou para andar
  • Perda de movimentos dos braços ou pernas
  • Incontinência urinária ou fecal

Principais causas da demência frontotemporal (DFT)

A demência frontotemporal (DFT) ocorre quando os neurônios se deterioram.

A deterioração ocorre quando há um mau funcionamento na forma como o corpo cria certas proteínas.

Em regra, as proteínas precisam que tenham o formato das células.

Se não tiver o formato correto, as células não podem usar proteínas.

Em muitos casos, as células não conseguem quebrar essas proteínas defeituosas e descartá-las.

Como não é possível o descarte dessas proteínas pelo organismo, elas passam a aglomerar-se.

Com o tempo, acabam se acumulando ao redor dos neurônios, danificando as células até que elas passem a não funcionar mais.

Essas proteínas defeituosas e que não são descartadas também são responsáveis pela doença de Alzheimer.

As disfunções proteicas ocorrem com certas mutações no DNA.

Em outras palavras, as células devem seguir o padrão DNA, como se fosse um manual de instrução.

As células seguem as instruções do DNA e havendo mutações no DNA pode ocorrer problemas.

Neste sentido, é importante considerar que o aparecimento da demência frontotemporal (DFT) ocorre por conta das mutações de DNA e tem ligação com o histórico familiar.

Apesar não ser considerada como causa, há dois fatores que aumentam o risco da demência frontotemporal (DFT).

O primeiro fator é o histórico de traumatismo cranioencefálico e o segundo são as doenças da tireoide.

Diagnóstico

Para a realização do diagnóstico da doença são realizados exames laboratoriais, bem como exames de imagem.

Os exames de imagem são importantes para o diagnóstico, pois possibilita localizar a área onde está ocorrendo deterioração.

Esses exames são:

  • Tomografia computadorizada
  • Ressonância magnética
  • Punção lombar (punção lombar)
  • Exames de sangue
  • Eletroencefalografia

Além desses exames, será realizada uma avaliação neurocognitiva.

Nesse teste, são feitas perguntas ou pedido de realização de tarefas.

Com base no desempenho desse teste, é possível identificar se há alguma área foi afetada ou até descartar a doença.

Sobrevida após o diagnóstico

A expectativa média de vida de uma pessoa após o diagnóstico é de 7,5 anos.

A demência frontotemporal (DFT) causa outros problemas graves que podem ser fatais aos paciente.

Um problema comum é a disfagia que é a piora na dificuldade para engolir.

Ter disfagia causa problemas além de comer, beber e falar e aumenta o risco de desenvolver pneumonia ou insuficiência respiratória.

Tratamento

A demência frontotemporal (DFT) não tem cura, bem como não é possível retardar a doença.

O tratamento é para combater os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

No tratamento de sintomas comportamentais, os profissionais utilizam medicamentos como antipsicóticos atípicos para combater a agressividade ou os sintomas psicóticos, juntamente com terapia ocupacional.

Além disso, eles monitoram outras condições causadas pela doença, como distúrbios do sono, desnutrição, dificuldade de engolir e risco de quedas.

Prevenção

Não há uma forma de prevenir a demência frontotemporal (DFT), no entanto, é possível reduzir o risco no desenvolvimento.

Para reduzir o risco de desenvolver a doença é evitar ferimentos na cabeça.

Ter tido um ferimento na cabeça triplica o risco.

Para evitar ferimentos na cabeça é usar equipamentos de segurança como capacetes, cintos de segurança em veículos em movimento,
reduzindo a gravidade caso ocorram.

Estágios da demência frontotemporal (DFT)

Apesar da doença de Alzheimer ter estágios de evolução, outras doenças degenerativas como a demência frontotemporal (DFT) não há.

Ocorre que a demência frontotemporal (DFT) pode ocorrer de maneiras diferentes, afetando cada pessoa de um modo diverso.

Considerações finais

Conclui-se que a demência frontotemporal (DFT) é uma doença cerebral degenerativa, o que significa que piora com o tempo.

O histórico familiar conta para o aparecimento da doença. Além disso, mutações no DNA das células também desempenham um papel crucial, prejudicando a atividade celular e acabando por deteriorar as células.

A perda da memória não é o principal problema da doença. Em vez disso, outras condições associadas merecem destaque, tais como problemas na fala, dificuldade de engolir, comportamento agressivo e capacidade reduzida de compreender os outros quando eles falam.

Os portadores dessa doença tem comprometido a capacidade de controlar as emoções, onde muitas delas, devido a todos os problemas ora citados, não conseguem viver de forma independente.

Essas pessoas precisam de cuidados médicos em tempo integral, com o acompanhamento de uma enfermeira especializada.

Trata-se de uma doença que não tem cura cuja tendência é a progressão.

Apesar de ser incurável, é possível tratar os sintomas com terapia ocupacional e uso de medicamentos em caso de agressividade.

Além disso, os especialistas afirmam que é importante tomar cuidado com possíveis ferimentos na cabeça, uma vez que isso aumenta o risco da doença, embora não haja prevenção absoluta.

Deste modo, podemos concluir que qualquer pessoa pode ter demência frontotemporal (DFT).

O importante é realizar um diagnóstico precoce e tratar os sintomas também de modo precoce.



Por: Kelma Yaly - 27 de agosto de 2023
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