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Retinopatia diabética, o que é preciso saber? - Blog - Clínica Rossetti

Primeiramente é importante destacar que  a retinopatia diabética é uma doença causada pelo diabetes que afeta os olhos.

Ou seja, ela causa danos aos vasos sanguíneos do tecido sensível à luz na parte de trás do olho (retina).

Pode ocorrer tanto em pessoas que possuem diabetes tipo 1 ou tipo 2.

Causas comuns da retinopatia diabética

O excesso de açúcar no sangue bloqueia os vasos sanguíneos que nutrem a retina, cortando seu suprimento.

Como resultado, o olho tenta desenvolver novos vasos sanguíneos, no entanto, esses novos vasos sanguíneos não se desenvolvem adequadamente e podem vazar facilmente.

Existem dois tipos de retinopatia diabética:

Retinopatia diabética precoce

Ela é mais comum com o nome retinopatia diabética não proliferativa.

Nesse estágio da doença encontra-se numa fase inicial e não acarreta alterações visuais, no entanto, a perda de visão pode acontecer.

Ocorre quando pequenas bolsas de projetam nas paredes dos vasos, vazando sangue para a retina.

Os vasos retinianos maiores podem começar a dilatar e tornar-se irregulares em diâmetro também.

Ademais, ela pode progredir de leve a grave à medida que mais vasos sanguíneos ficam bloqueados.

Às vezes, danos nos vasos sanguíneos da retina levam a um acúmulo de líquido (edema).

Caso o edema macular diminuir a visão, é necessário tratamento para evitar a perda permanente da visão.

Dessa forma,  o edema macular é causado por acumulação de líquido na zona mais importante da retina, a mácula.

Retinopatia diabética avançada

A retinopatia diabética pode progredir para este tipo mais grave, conhecido como retinopatia diabética proliferativa.

Nesse tipo, os vasos sanguíneos danificados se fecham, causando o crescimento de novos vasos sanguíneos anormais na retina.

Portanto, por serem frágeis, podem vazar para o centro do olho (vítreo).

Se os novos vasos sanguíneos interferirem no fluxo normal de fluido para fora do olho, a pressão pode aumentar no globo ocular.

Esse acúmulo pode danificar o nervo óptico causando o glaucoma.

Fatores de risco

Apesar do desenvolvimento da doença ocorrer em diabéticos, alguns fatores podem agravar:

  • Ter diabetes por muito tempo
  • Mau controle do seu nível de açúcar no sangue
  • Pressão alta
  • Colesterol alto
  • Gravidez
  • Tabagismo

Algumas complicações da doença

Segue as principais complicações decorrentes da retinopatia diabética:

Hemorragia vítrea

Os novos vasos sanguíneos podem sangrar na substância transparente e gelatinosa que preenche o centro do olho.

Caso a quantidade for pequena, pode ocorrer algumas manchas escuras.

Em quadro mais grave, o sangue pode encher a cavidade vítrea e bloquear completamente a visão.

A hemorragia vítrea não causa perda permanente da visão.

O sangue desaparece do olho dentro de algumas semanas ou meses.

Descolamento da retina

Os vasos sanguíneos anormais estimulam o crescimento de tecido cicatricial, que pode afastar a retina
da parte posterior do olho.

Isso pode causar manchas, flashes de luz ou perda da visão.

Glaucoma

Em decorrência do surgimento de novos vasos sanguíneos, pode ocorrer um crescimento na Iris dos olhos (parte frontal), causando pressão.

A pressão pode danificar o nervo óptico, o que chamamos de glaucoma.

Cegueira

A retinopatia diabética, edema macular, glaucoma ou uma combinação dessas condições podem levar à perda completa da visão.

Sintomas mais comuns

Na fase inicial da doença não há sintomas, aparecendo nos estágios mais avançados.

Os sintomas mais comuns são:

  • Manchas ou cordas escuras flutuando em sua visão (flutuantes)
  • Visão embaçada
  • Visão flutuante
  • Áreas escuras ou vazias em sua visão
  • Perda de visão

Por essa razão, o portador de diabetes deve realizar um exame de fundo ocular, pelo menos uma vez por ano para o diagnóstico da doença.

Nesse sentido, a visão turva é um dos sintomas de retinopatia diabética mais frequentes e ocorre na fase proliferativa da doença.

Como é realizado o diagnóstico

O exame de fundo ocular (fundoscopia), com dilatação (gotas midriáticas), permite ao médico observar melhor o polo posterior e da periferia da retina.

Esta observação deve ser efetuada com lentes especiais de modo a examinar em detalhe a retina e o disco óptico.

A tonometria é outro exame realizado com um instrumento (Tonómetro de Goldmann) que mede a pressão no interior do olho, no qual gotas anestésicas são aplicadas na córnea para que o teste seja possível.

A angiografia fluoresceínica é um exame que permite detectar sinais precoces da doença na retina.

Neste exame é possível detectar:

  • Exsudação dos vasos sanguíneos
  • Edema retiniano (edema macular)
  • Depósitos esbranquiçados na retina (sinal de incontinência dos vasos sanguíneos)
  • Exsudados moles, que correspondem a áreas da retina isquémicas (enfarte)

Tratamento da retinopatia diabética

Durante a primeira da fase da retinopatia diabética, não sé possível realizar tratamento, salvo ter ocorrido edema macular.

Um dos tratamentos é a aplicação de laser árgon, no qual provoca a destruição dos vasos sanguíneos anormais, assim como das áreas da retina isquémicas.

Pode haver algumas complicações com o laser, como diminuição de visão e campo visual periférico, redução da visão das cores e da visão noturna, no entanto, a acuidade visual permanece estável.

Mesmo assim o tratamento com o laser é o mais recomendável, pois evita novos vasos sangrarem.

A hemorragia vítrea grave é tratada com cirurgia.

O edema macular pode ser tratado com laser, no qual ocorre a atrofia das áreas evitando saída de fluido dos vasos, reduzindo ou eliminando o edema da retina.

Importante ressaltar que o tratamento com o laser não recupera a visão perdida, tratando de um meio paliativo para controlar possíveis avanços da doença.

Prevenção

Não é possível prevenir por completo a doença, no entanto, exames oftalmológicos regulares, controle do diabetes e da pressão arterial e a intervenção precoce para problemas de visão podem ajudar.

Algumas escolhas podem auxiliar na prevenção como:

  • Alimentação saudável
  • Prática de atividade física
  • Manutenção pressão arterial
  • Colesterol baixo
  • Evitar fumo

Por esse motivo, realizar o exame de Hemoglobina glicada é a melhor forma de prevenir o diabetes.

Ou seja, este exame mede o índice glicêmico no organismo, servindo para controlar o diabetes já existente e também para diagnosticar a pré-diabetes e pessoas que já são portadoras não sabem.

Assim, caso o exame aponte 6,5% indica que paciente já é portador de diabetes.

Por isso a realização do exame é de suma importância, pois pode apontar uma possível fase inicial da diabetes (pré-diabete).

Pode-se concluir sobre retinopatia diabética

Por fim, concluímos que trata-se de uma doença que não tem cura, mas tem tratamento.

Nesse sentido, ainda sim o melhor tratamento é a prevenção, com a manutenção dos níveis de glicemia, pressão arterial e colesterol.

Desta forma, o desenvolvimento de diabetes durante a gravidez (diabetes gestacional) ou ter diabetes antes de engravidar pode aumentar o risco de retinopatia diabética.

Em suma, o diagnóstico precoce da retinopatia diabética e o tratamento podem evitar a evolução e perda de visão.



Por: Kelma Yaly - 15 de novembro de 2022
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