A obesidade é considerada uma doença crônica decorrente de várias causas que levam ao excesso de gordura corporal.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos em todo o mundo, estavam acima do peso, e mais de 650 milhões eram obesos. No mesmo ano, a obesidade causou 3,4 milhões de mortes em todo o mundo.
Os Estados Unidos é um dos países mais afetados pela obesidade, com uma taxa de obesidade adulta de 36,2% em 2019, conforme o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Além disso, a obesidade infantil nos Estados Unidos aumentou de 14% em 1999-2000 para 18,5% em 2017-2018.
No Brasil, a obesidade também é um problema significativo, com mais de 20% da população adulta sendo obesa, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.
Neste cenário, a obesidade infantil tem aumentado no país, com uma taxa de 12,9% em 2006 e 15,9% em 2019.
Esses números alarmantes destacam a importância de promover estilos de vida saudáveis.
Sabemos que a gordura corporal em si não é uma doença, mas quando há muita gordura extra, o corpo pode mudar a maneira como funciona.
Essas mudanças são progressivas, podem piorar com o tempo e são prejudiciais.
A perda de peso deve ser progressiva para que haja qualidade de vida, no entanto, melhor que perder o excesso de gordura é saber manter.
Definição de obesidade
Os profissionais de saúde geralmente usam o Índice de Massa Corporal (IMC) para definir a obesidade.
O IMC mede o peso corporal médio em relação à altura.
Quando o IMC é de 30 ou mais, considera-se a pessoa obesa.
Pode ocorrer de pessoas com IMC acima de 30 e serem consideradas saudáveis.
São os casos de fisiculturistas e atletas, que têm mais músculos e podem ter pontuações de IMC mais altas, embora seus níveis de gordura sejam baixos.
Também é possível ser considerado obeso, por ter um percentual de gordura maior, apesar de o peso corporal ser médio.
Um método para medir a obesidade é por meio da circunferência da cintura.
Quanto maior a circunferência, mais doenças relacionada a obesidade a pessoa está propensa.
Graus da obesidade
A obesidade é dividida em tipos de classes com base em sua gravidade, tudo com base no IMC.
Se o IMC estiver entre 25,0 e 29,9 kg/m², trata-se de uma categoria de sobrepeso.
Com base nessas categorias, será possível avaliar os tratamentos podem funcionar melhor para cada pessoa, como demonstrado abaixo:
- Obesidade grau I: IMC 30 a <35 kg/m².
- Obesidade grau II: IMC 35 a <40 kg/m².
- Obesidade grau III: IMC 40+ kg/m²
Alterações metabólicas decorrentes da obesidade
O metabolismo é um processo de conversão de calorias em energia para abastecer as funções do corpo.
Quando o corpo tem mais calorias do que pode usar, ele converte as calorias extras em lipídios e as armazena no tecido adiposo.
O excesso de lipídios faz com que as células de gordura aumentam de tamanho, fazendo com que hormônios e outras substâncias produzam uma inflamação.
Essa inflamação afeta o metabolismo e contribui inclusive para a resistência a insulina.
Por outro lado, com a resistência a insulina, já não é mais possível reduzir os níveis de glicose e lipídios no sangue, com isso, há o aumento de colesterol e triglicerídeos, bem como a hipertensão arterial.
Todos esses fatores de risco combinados são conhecidos como síndrome metabólica.
A síndrome metabólica contribui para a obesidade e para o aparecimento de várias doenças:
Diabetes tipo 2
A obesidade aumenta o risco de diabetes tipo 2, que por sua vez aumenta o IMC e diminui a perda de peso.
Doenças cardiovasculares:
A obesidade aumenta a pressão arterial, colesterol, nível de açúcar no sangue, contribuindo para doenças cardiovasculares, incluindo doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, ataque cardíaco e derrame.
A doença cardiovascular é a principal causa de morte em todo o mundo.
Doença hepática gordurosa:
O excesso de gordura circulando no sangue chega ao fígado, que é responsável por filtrar o sangue.
Quando o fígado começa a armazenar excesso de gordura, pode levar à inflamação crônica do fígado (hepatite) e danos hepáticos de longo prazo.
Doença renal:
A hipertensão arterial, diabetes e doença hepática são condições para a doença renal crônica.
Pedras na vesícula:
Os níveis altos de colesterol no sangue pode ocorrer um acúmulo na vesícula biliar, levando a cálculos biliares e doenças da vesícula biliar.
Além de todas as doenças relacionadas, o excesso de gordura no corpo pode sobrecarregar os órgãos do sistema respiratório e o sistema músculo-esquelético.
Com essa sobrecarga, pode aparecer doenças como:
- Asma
- Apneia do sono
- Osteoartrite
- Dor nas costas
- Gota
Principais causas
Algumas condições aumentam o consumo de calorias que causa a obesidade, são elas:
- Alimentos ultraprocessados: Esses alimentos são ricos em açúcar e gordura e pobres em fibras e outros nutrientes, o que contribui inclusive para não diminuir a saciedade.
- Excesso de açúcar nos alimentos: Muitos alimentos têm altos níveis de açúcar adicionado para torná-los mais viciantes, o que pode incluir as bebidas açucaradas.
- Fatores psicológicos: Alguns fatores psicológicos ajudam a aumentar o consumo de alimentos, como tédio, solidão, ansiedade e depressão.
Essas causas levam a pessoa a comer certos tipos de alimentos que ativam os centros de prazer no cérebro e tendem a serem mais calóricos.
Hormônios: Os hormônios regulam os sinais de fome e saciedade. Pode ocorrer descontrole nesses processos regulatórios, como estresse e falta de sono.
Medicamentos: Certos medicamentos podem aumentar o ganho de peso, como os antidepressivos, esteroides e medicamentos anticonvulsivantes.
Diagnóstico
O diagnóstico é relativamente simples, calculando o peso com a altura, bem como a medição da circunferência da cintura.
Importante é informar o histórico de saúde, pois algumas condições de saúde podem ter auxiliado no aparecimento da obesidade, como, por exemplo, o uso prolongado de certos medicamentos.
O padrão atual de alimentação, sono e exercícios e fatores de estresse também serão considerados para o diagnóstico da obesidade.
Ademais, o histórico familiar também é de suma importância para o diagnóstico.
Deve ser examinado as funções vitais, como frequência cardíaca e pressão arterial, coração e pulmões.
O exame de sangue deve ser realizado para níveis de glicose e colesterol no sangue e rastrear problemas hormonais.
Tratamento
O plano geral de tratamento é gradual e envolve muitos fatores.
O tratamento inclui:
Mudança na alimentação
A mudança na alimentação é essencial para combater a obesidade. E não tem segredo, diminuir a quantidade de açúcar, gorduras e carboidratos e o aumento do consumo de frutas, vegetais e grãos integrais e leguminosas.
Atividade física regular
O exercício físico é um importante aliado para a perda de peso. Não é necessário ter uma prática intensa de exercícios físicos na academia.
Uma caminhada em um ritmo moderado é um dos tipos de exercício mais eficientes para perda de peso.
Apenas 30 minutos, cinco dias por semana já é o suficiente.
Medicamentos
Caso a combinação de dieta e alimentação não seja suficiente para o emagrecimento, é recomendado o uso de medicamentos, para a perda de apetite.
Alguns medicamentos mais prescritos entre os médicos são:
- Xenical: Reduz a absorção de gordura do seu intestino
- Semaglutida: Reduz o apetite
- Topiramato: Reduz o apetite
- Sibutramina: Inibidor de apetite e acelera o metabolismo
Cirurgia bariátrica
A cirurgia bariátrica é recomendada nos casos de obesidade no grau III, quando o IMC é maior que 40.
A cirurgia é uma solução severa, mas altamente eficaz, para perda significativa de peso a longo prazo.
Ela altera o sistema digestivo de alguma forma, restringindo o consumo de calorias.
As principais técnicas utilizadas para a cirurgia bariátrica são:
- Sleeve gástrico
- Banda gástrica
- Bypass gástrico
- Interruptor duodenal
Podemos concluir sobre a obesidade
Em síntese, a obesidade é considerada uma doença crônica e presente em toda sociedade.
Um estilo de vida sedentário, com a ingestão de muitas calorias, bem como fatores de estresse e falta de sono são condições primordiais para o aparecimento.
A obesidade pode ser combatida e não há segredo.
Um mudança alimentar é o início ao combate.
Caso a perda de peso precise ser acelerada, o uso de medicamentos é um importante aliado para auxiliar.
Por isso, se precisa ter uma vida saudável, inicie mesmo a passos pequenos e não deixe de procurar auxílio médico.
Eu aceito